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Discos de Vinil não param de girar - Rádio Funchal FM


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Discos de Vinil não param de girar

Vinil. Os discos não param de girar

Desde o lançamento do célebre Nevermind dos Nirvana, em 1991, que não se compra tanto vinil. Com o streaming no trono do mercado musical, os discos ainda tocam como antigamente?

Desde 2015 que o mercado mundial da música gravada não para de crescer. E ainda que o streaming por subscrição seja o principal culpado, o vinil não para de subir o tom. Em 2017, a indústria fonográfica britânica anunciou as maiores vendas de sempre do formato desde 1991, ano de lançamento de Nevermind, dos Nirvana. Já nos EUA, onde é mais patente a atual força do vinil, cerca de 7,7 milhões de discos foram vendidos no primeiro semestre deste ano, sendo que a faturação das vendas pode vir mesmo a ultrapassar a dos CDs. O fenómeno vai-se espalhando por todo o mundo e as multinacionais não hesitam em apostar no velho formato. Em Portugal, vira o disco e toca o mesmo: para 2019, a Associação Fonográfica Portuguesa projeta um aumento de 1,7 milhões de euros de faturação do vinil, ainda que um pouco longe dos valores atingidos pelos CDs.

As vendas desse tipo de álbum voltaram a crescer mundo afora. Mesmo engolidos pela tecnologia dos CDs e depois do streamming, os vinis continuam sendo símbolo máximo de diversão e preciosismo. Por esse motivo, talvez, as vendas cresceram consideravelmente nos últimos anos. Os números são do relatório divulgado pela Recording Industry Association of America’s (RIAA), que mostrou que ⅓ da venda de artigos físicos é relativa aos vinis.

No primeiro semestre de 2019, as vendas das famosas bolachas renderam US$ 224,1 milhões (em 8,6 milhões de unidades). A receita cresceu 12,8% na segunda metade de 2018 e 12,9% na primeira de 2019, enquanto a de CDs quase não se modificou.

Em 1985, o disco Brothers ir Arms, da banda inglesa Dire Straits, tornou-se marco da transação no consumo de música do vinil para o CD: um dos primeiros discos projetados diretamente para o mercado de CDs, tornou-se o primeiro lançamento a superar a casa do milhão de CDs vendidos, e a superar a venda no formato do LP. Menos de dez anos depois, em meados dos anos 1990, o vinil foi declarado como morto – e muitas coleções foram postas de lado, vendidas por migalhas ou mesmo jogadas fora.

Passados mais de 20 anos, essa morte anunciada não poderia estar mais contornada – e se o vinil de fato chegou a estar na UTI do mercado fonográfico, hoje ele vai muito bem, obrigado, e é o CD quem parece fadado a desaparecer: 2019 será o primeiro ano desde 1986 em que as vendas de LP devem, no geral, superar a venda de CDs.

Os dados são da Recording Industry Association of America (RIAA), órgão que contabiliza e pesquisa o consumo de música em diversas mídias. Documentos anteriores da associação já mostravam que o vinil era responsável por um terço da venda de artigos físicos, com um crescimento de receita de 12,9% na primeira metade de 2019 – num mesmo período em que a receita da venda de CDs praticamente não se alterou. No primeiro semestre desse ano, foram vendidas 8,6 milhões de unidades de discos de vinil, rendendo cerca de 224 milhões de dólares, enquanto 18,6 milhões de CDs foram vendidos no mesmo período, numa arrecadação de cerca de 247 milhões de dólares.

Assim, se as tendências se confirmarem para esse ano (como se deram nos anos passados), no segundo semestre o valor arrecadado no mundo pela venda de LPs irá superar as cifras da venda de CDs. Naturalmente que o crescimento da venda de LPs se combina a queda vertiginosa da venda de CDs para que tal superação histórica se dê – nos últimos anos, as vendas de CD caíram três vezes mais do que o aumento na venda de vinil. Naturalmente que tais dados não abalam a liderança absoluta do streaming como consumo de música: 62% das vendas da indústria se deram no mercado fonográfico através dos serviços de streaming, em contraste com somente 4% do rendimento na indústria musical através da venda de discos no primeiro trimestre de 2019.

Por conta do predomínio do streaming, as gravadoras ainda não voltaram a realmente investir no vinil como formato, como confirma Tom Corson, CEO da gravadora Warner: “É um produto sexy e legal. Representa um investimento emocional. Mas é uma pequena porcentagem do negócio. Não vai nos deixar mais ricos e nem mais pobres. Devotamos o tanto certo de recursos para isso, mas não é algo que temos um departamento especializado.”, afirma. Apesar disso, em 2018 bandas como Pink Floyd, David Bowie e Led Zeppelin venderam mais de 100 mil discos cada – os Beatles venderam 300 mil discos no mesmo período. E quem jogou fora sua coleção quando a tal “morte do vinil” foi declarada, hoje pode se arrepender: alguns discos valem pequenas fortunas, e o vinil vai muito bem – e cada vez mais vivo.

Fonte:http://dn.pt

https://www.hypeness.com.br (Vitor Paiva)

 

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